Fiergs alerta para cenário adverso na indústria gaúcha

Pesquisa IDI-RS não altera trajetória declinante que vem desde setembro do ano passado
Na comparação anual, o IDI-RS recuou 1,2% ante fevereiro de 2022, a segunda queda seguida depois de 28 meses consecutivos de crescimento

Depois da forte queda de 3,8% registrada na abertura do ano, o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) de fevereiro, divulgado na segunda-feira (3) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), apresentou estabilidade de 0,1%, na comparação com ajuste sazonal em relação a janeiro. Nos cinco meses anteriores, foram quatro quedas e uma alta, mas ainda assim o índice segue bem acima, 8,4%, do nível anterior ao da pandemia, em fevereiro de 2020. "Esta acomodação não altera a trajetória claramente declinante observada desde setembro último, mesmo operando em patamares elevados se considerarmos o período pré-pandemia", avalia o presidente da entidade, Gilberto Petry, em nota.

Ele alerta que o cenário econômico segue muito adverso, com elevados níveis de incerteza e de juros, desaceleração econômica e queda da demanda doméstica e externa, apontando para um desempenho bastante modesto e volátil nos próximos meses. "Somente uma agenda fiscal crível para equilibrar as contas públicas, que ajude o Banco Central a iniciar uma redução dos juros, pode gerar um choque positivo capaz de mudar esse quadro", reforça Petry. O IDI-RS é formado por seis indicadores, sendo que a estabilidade no mês repercutiu desempenhos díspares. Avançaram o faturamento real (2,1%), as horas trabalhadas na produção (1,9%) e a utilização da capacidade instalada – UCI – subiu 0,3 ponto percentual. As quedas ocorreram em nas compras industriais (3,1%) e na massa salarial real (1,7%), enquanto o emprego se manteve estável após quatro recuos consecutivos.

Na comparação anual, o IDI-RS recuou 1,2% ante fevereiro de 2022, a segunda queda seguida depois de 28 meses consecutivos de crescimento, o que desacelerou a taxa negativa anual para 1,7% no acumulado do primeiro bimestre de 2023 (-2,3% em janeiro) relativamente ao período equivalente do ano passado. Na abertura por componentes, a retração no índice de atividade nos dois primeiros meses do ano repercutiu principalmente na intensa redução das compras industriais (11,8%), e, em menor medida, nos recuos do faturamento real (2%) e da UCI (2,2 pontos percentuais) em relação com o mesmo período de 2022. Por outro lado, cresceram as horas trabalhadas na produção, 1,4%; o emprego, 1,9%; e a massa salarial real, 13,9%.

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