Vinhos do Brasil brilham no MasterChef
Um dos programas de entretenimento mais prestigiados e com maior índice de audiência da televisão brasileira mostrou na noite de terç-feira (4) a qualidade e a diversidade da vitivinicultura nacional. O MasterChef Brasil exibiu, pela Band, a primeira prova coletiva fora do estúdio desta quarta temporada. E o local não poderia ser mais apropriado para elaboração de um menu harmonizado: os vinhedos da Serra Gaúcha, região responsável por cerca de 90% da produção no país. A reprise pode ser conferida nesta sexta-feira (7), às 19h20min, pelo Discovery Home & Health, com reapresentação no domingo (9), às 21h45min.
Com articulação do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), o episódio gravado nos dias 4, 5 e 6 de março, levou aos municípios de Bento Gonçalves, Farroupilha e Pinto Bandeira os 20 competidores, os chefs-jurados Henrique Fogaça, Paola Carosella e Érick Jacquin (acompanhe ao final do post as entrevistas concedidas pelos chefs ao departamento de imprensa do Ibravin), a apresentadora Ana Paula Padrão, além de ex-participante, diretores e equipe técnica do talent show, que, juntos, somavam aproximadamente 80 pessoas. Os chefs amadores tiveram como desafio o preparo de pratos que evocassem as culinárias italiana e alemã e que deveriam ser harmonizados com três rótulos verde-amarelos.
Nos cardápios elaborados pelos times azul e vermelho para 80 convidados, o espumante Brut 130, da Casa Valduga, acompanhou a entrada; o vinho tinto Reserva Merlot, da Vinícola Aurora, o prato principal; e o espumante moscatel rosé Aquarela, da Casa Perini, a sobremesa. A trinca foi responsável por representar as regiões produtoras brasileiras e as mais de mil vinícolas existentes em todo território nacional. Atualmente, no país, cerca de 100 mil pessoas estão envolvidas com o setor. Os vinhos utilizados na prova mostraram a pluralidade e versatilidade da vitivinicultura nacional: o espumante, que em sua categoria detém a preferência de consumo no mercado interno e é cartão de visitas internacional da produção brasileira; o tinto da variedade Merlot, considerada emblemática e uma das com a melhor adaptação ao terroir do país; e o Moscatel, outro produto de excelência e de crescente aceitação entre os consumidores dentro e fora do Brasil.
Para retratar a vitivinicultura nacional aos telespectadores do talent show, Ana Paula entrevistou o sommelier Maurício Roloff, que representou o Ibravin na ocasião,e os enólogos André Peres Jr, Eduardo Valduga e Franco Perini. O quarteto também foi incumbido de apresentar aos 20 competidores os rótulos da prova e dar dicas de como harmonizá-los com ingredientes da gastronomia típica da região. “A pessoa que tomou o vinho brasileiro há 10 ou 30 anos guarda na memória que o vinho brasileiro não era tudo isso, que talvez valesse a pena comprar vinhos importados. Hoje o vinho brasileiro é moderno, é fácil de beber, é fácil de combinar, tem muita diversidade”, explicou Roloff que também é um dos diretores do capítulo gaúcho da Associação Brasileira de Sommeliers (ABS-RS).
Para o gerente de promoção do Ibravin, Diego Bertolini, o respaldo conquistado é reflexo de investimentos e aprimoramento do setor, além de reconhecimentos nacionais e internacionais conquistados ano após ano. Só na última década foram mais de 2,5 mil condecorações em concursos no Exterior. “A repercussão do programa está sendo muito positiva, destacando e valorizando para todo o país a qualidade dos nossos produtos. A prova utilizou insumos locais e descomplicou a harmonização dos vinhos e espumantes, aproximando-os do consumidor, além de reforçar o enoturismo e a gastronomia da região”, avalia Bertolini. Além do episódio gravado no interior do Rio Grande do Sul, os vinhos estarão presentes em toda quarta temporada de MasterChef Brasil. Uma adega instalada junto ao mercado utilizado nas provas pelos competidores, oferecerá diferentes variedades de rótulos para aproveitamento nas receitas.
Chefs-jurados elogiam a vitivinicultura brasileira
Durante a passagem pelo Rio Grande do Sul, os jurados do MasterChef Brasil, os chefs Henrique Fogaça, Paola Carosella e Érick Jacquin, fizeram postagens em suas redes sociais declarando estarem surpreendidos positivamente com a experiência vivida no principal polo vitivinícola do país. Além disso, todos informaram o interesse em aprofundar conhecimentos em relação ao vinho brasileiro e em retornar à Serra Gaúcha em breve. Confira algumas impressões da tríade estrelada sobre a enogastronomia regional reveladas durante os intervalos das gravações.
ÉRICK JACQUIN
Sei que foi pouco o tempo que passou na região, mas qual a sua opinião sobre a produção de vinho e a gastronomia?
Jacquin: Pelo pouco que vi, é engraçado, mas não me senti no Brasil. Isso é um elogio. A gente se sente seguro, me senti tão bem aqui. As casas todas abertas iguais na Europa, sem serem fechadas, sem guardas. Me senti um pouquinho como no interior da França, onde eu nasci. Tirando a vegetação, aqui parece a minha terra. Eu nasci no Vale do Loire, e poderia ser lá. Então, é maravilhoso, as pessoas são educadas, chiques, gostam dessa cultura da gastronomia, o mundo do vinho. É maravilhoso.
E o que achou dos vinhos que você conheceu aqui da região?
Jacquin: Eu experimentei um Chardonnay que era extraordinário. Eu experimentei muita coisa boa, acho que evolução dos vinhos no Brasil é muito grande. Ela acompanha o que tem em nível mundial. Porque não pense que a França fazia só vinho bom 30, 40 anos atrás. Tinha muita porcaria lá também e ainda tem. Mas a evolução do vinho aqui é muito grande. Ele é mais moderno, é mais fácil de beber, ele é bem apresentado, é bem feito e tem um trabalho extraordinário. A gente se sente bem num lugar realmente profissional, foi um prazer.
PAOLA CAROSELLA
Como foi sua experiência na principal região produtora de vinhos do Brasil, a Serra Gaúcha?
Paola: Bom, eu adoro regiões vinícolas, sou uma fã, conheço várias em Mendonça e na Europa. Me impressionei muito. Já tinha ido para Porto Alegre, mas nunca para cá. Fico triste de não ter mais tempo, mas estou planejando uma viagem para passar pelo menos mais alguns dias conhecendo, fazendo fotos, investigando os produtos da região. Isso está na minha agenda para ser feito o mais rápido possível.
E os vinhos brasileiros, você já conhecia?
Paola: Eu conheço, eu sou uma apaixonada por vinhos orgânicos, por vinho laranja e biodinâmicos e estão sendo feitos muitos. Acho que eles fazem um trabalho sensacional e deveriam ser reconhecidos e ter o mesmo suporte das demais.
E a gastronomia da região? Você é descendente de italianos e a região tem uma influência forte aqui também. Pelo pouco que você conheceu, qual a sua opinião?
Paola: Se parece muito com a Argentina, estamos muito perto. Então, essa coisa da massa, do queijo, da macarronada, do churrasco, das carnes grelhadas. Está super bonito porque as árvores estão cheias de pêssego, de maçã, de caqui. Eu seria muito feliz de cozinhar aqui, acho que têm ingredientes maravilhosos para fazer umas comidas incríveis.
HENRIQUE FOGAÇA
Qual a impressão que você teve da região?
Fogaça: É uma região muito bonita, com as vinícolas, é uma experiência única. O povo daqui é muito acolhedor, a comida gostosa. Então, só tenho boas lembranças.
E da produção de vinhos, qual a sua avaliação?
Fogaça: Acho que os vinhos são muito bem feitos, gostosos, acho que tem tudo para ser, ou melhor, já é uma potência aqui no Brasil, e cada vez deve expandir mais.
Já tinha tido alguma experiência com vinho brasileiro antes?
Fogaça: Sim, mas muito pouco. Mas cada vez mais vou me aprofundando e conhecendo mais.
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