Recuperação judicial tem queda de 15% em 2020

Setor de serviços é o que registrou maior número de pedidos no ano
Embora 2020 tenha sido um ano economicamente delicado, o salto no número de recuperações judiciais não aconteceu como se imaginava

Os pedidos de recuperação judicial demonstram queda de 15% (quando levada em consideração a variação anual acumulada) entre janeiro e dezembro do ano passado. Segundo o Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian, mesmo os meses com maior volume de solicitações em 2020 (junho, julho e agosto) estão abaixo na comparação anual. O ano de 2020 totalizou 1.179 requerimentos ante os 1.387 de 2019.

Entre os segmentos de mercado, aquele que lidera os pedidos é o setor de serviços, com 589 solicitações e queda de 1,5% em relação a 2019. As variações ano a ano mostram que a maior queda ficou para o setor primário (-35,5%), seguido pela indústria (-25,0%) e comércio (-20,3%). Confira a comparação do número de pedidos no gráfico abaixo.

De acordo com o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, embora 2020 tenha sido um ano economicamente delicado, o salto no número de pedidos de falências e recuperação judicial não aconteceu como se imaginava. "Com a facilitação de prazos feita pelos credores, os juros mais baixos e as novas linhas de crédito disponibilizadas, os donos de negócios recorreram menos à recuperação judicial, que já é naturalmente o último recurso das empresas com dificuldades financeiras", explica Rabi.

Além disso, muitos empresários e empreendedores optaram por aguardar a resolução da nova Lei de Falências, que promete tornar a ferramenta mais eficiente, permitindo por exemplo, que as empresas façam financiamentos na fase de recuperação judicial. "O mercado de crédito foi um fator fundamental na recuperação econômica apresentada no segundo semestre de 2020 e seguirá sendo importante para uma retomada contínua em 2021", finaliza o economista.

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Sábado, 23 Novembro 2024

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