Indústrias de SC e do PR estão acima do patamar pré-pandemia
A produção industrial apresentou queda em sete dos 15 locais analisados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional), na passagem de junho para julho. O principal recuo foi no Amazonas: -14,4%. A retração em São Paulo (-2,9%) foi a segunda maior, mas a primeira em influência no resultado, por conta do peso da indústria paulista na produção nacional. Os resultados foram divulgados pelo IBGE. A produção nacional caiu 1,3%.
Com o resultado de julho, três locais estão acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, com destaque para Minas Gerais (11,8% acima), que desde julho do ano passado é o único local que se mantém. Santa Catarina (3,4%) e Paraná (0,4%), que entrou na lista com o resultado de julho, são os outros dois locais. Para Bernardo Almeida, analista da pesquisa, o mês de julho demonstra, em primeiro plano, o retrato da indústria regional que já era visto antes da pandemia.
"Com o avanço da vacinação e uma maior circulação de pessoas, a indústria começa a mostrar sua realidade pré-pandemia, mas com condições que se acentuaram, como o desemprego e a inflação", afirma. Citando os últimos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), Almeida acrescenta que "o resultado da indústria regional reflete o momento econômico demonstrado pelas demais pesquisas do IBGE".
Depois de quatro taxas positivas, a queda no Amazonas em julho (-14,4%) eliminou parte do crescimento de 18,6% acumulado neste período (março-junho). "Dois setores muito influentes no estado tiveram baixo desempenho: o setor de bebidas e o de outros equipamentos de transporte", explica Almeida.
A queda é a mais intensa desde abril do ano passado, quando a indústria amazonense atingiu o pior patamar da série histórica (-48,7%), no auge da pandemia. Com este resultado de julho, o Amazonas foi a segunda principal contribuição negativa no índice nacional e saiu da lista dos locais acima do patamar pré-pandemia.
Principal influência negativa e local com a segunda maior queda absoluta, São Paulo registrou a segunda taxa negativa seguida, acumulando em dois meses uma perda de 3,7%. "Essa queda de julho se refere muito ao setor de veículos, o que mais se destacou negativamente, e como já se sabe, um dos maiores da indústria paulista", diz o analista.
O resultado de julho também tirou São Paulo dos locais acima do patamar pré-pandemia e o estado paulista agora está 0,4% abaixo de fevereiro de 2020. Minas Gerais (-2,6%), Pará (-2,0%), Rio Grande do Sul (-1,7%), Santa Catarina (-1,5%) e Rio de Janeiro (-1,4%) completaram o conjunto de locais com recuo na produção em julho.
No lado das altas, a Bahia (6,7%) teve o maior crescimento na produção e foi a segunda maior influência positiva, impulsionada pelo setor de derivados do petróleo. Nos últimos dois meses (junho-julho), a indústria baiana acumula ganho de 20,6%.
A primeira influência foi do Paraná (3,3%), resultado puxado pelo setor de veículos e pelo de derivados do petróleo. Espírito Santo (3,7%), Região Nordeste (3,4%), Pernambuco (2,5%), Ceará (1,5%), Mato Grosso (1,1%) e Goiás (0,8%) registraram os demais resultados positivos regionais em julho.
Na comparação com julho do ano passado, cujo crescimento nacional foi de 1,2%, sete dos 15 locais pesquisados apresentaram crescimento na produção. Espírito Santo (9,4%), Minas Gerais (8,6%), Paraná (8,2%) e Santa Catarina (7,8%) tiveram as maiores altas. Rio de Janeiro (2,8%), Rio Grande do Sul (2,4%) e São Paulo (1,3%) completaram o conjunto de locais com crescimento em julho.
Por outro lado, Bahia (-12,2%), Pará (-10,9%) e Região Nordeste (-9,6%) tiveram as quedas mais intensas nesta comparação, seguidos por Pernambuco (-8,6%), Amazonas (-8,1%), Ceará (-3,2%), Mato Grosso (-3,1%) e Goiás (-3,0%). Vale citar que julho de 2021 (22 dias) teve um dia útil a menos do que igual mês do ano anterior (23).
Almeida ressalta, ainda que, nesse mês, os resultados positivos elevados na comparação com julho de 2020 são influenciados, em grande parte, pela baixa base de comparação. "No mesmo mês do ano passado, o setor industrial ainda se encontrava pressionado pelas paralisações ocorridas em diversas plantas industriais, mas já ensaiava o início da retomada de produção, devido à flexibilização de medidas de isolamento social", finaliza.
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