Em quatro meses de pandemia, 3 milhões de pessoas ficam sem trabalho no país

A taxa de informalidade subiu na comparação com a terceira semana de julho
Todos os indicadores sobre o mercado de trabalho ficaram estatisticamente estáveis na quarta semana de julho

Cerca de 3 milhões de pessoas ficaram sem trabalho nos últimos quatro meses de pandemia, mostra a edição semanal da PNAD Covid-19, divulgada pelo IBGE. A taxa de desocupação chegou a 13,7% na quarta semana de julho, atingindo 12,9 milhões de pessoas. Na primeira semana de maio, quando a pesquisa teve início, 9,8 milhões estavam sem trabalho. "Comparando com o início da pesquisa, o saldo da nossa investigação é que a população ocupada está menor, em 2,9 milhões de pessoas. A população desocupada está maior, pouco mais de 3 milhões de pessoas. E a taxa de desocupação também está maior em 3,2 pontos percentuais. Isso num contexto em que a população informal vem caindo também", explica Maria Lúcia Vieira, coordenadora da pesquisa.

Ela observa que todos os indicadores sobre o mercado de trabalho ficaram estatisticamente estáveis na quarta semana de julho, quando comparados à semana anterior. O número de pessoas que estavam temporariamente afastadas do trabalho devido ao distanciamento social somou 5,8 milhões, após cair na semana anterior. No início de maio, por conta do isolamento, 16,6 milhões haviam sido afastados do trabalho que tinham.

O grupo de pessoas que alegam motivo diferente do distanciamento social para estar afastado do trabalho também não mudou, ficando em 3 milhões. Ficou estável, ainda, o contingente que trabalhava de forma remota (8,3 milhões) na quarta semana de julho. No início da pesquisa, 8,6 milhões estavam trabalhando de casa. Já o grupo de pessoas que gostaria de trabalhar, mas não procurou emprego, devido à pandemia ou por falta de trabalho na localidade em que vive, ficou em 18,5 milhões.

Somente a taxa de informalidade (33,5%) subiu na comparação com a terceira semana de julho (32,5%). Isso representava 27,2 milhões de pessoas na informalidade, cerca de 2,7 milhões a menos do que o contingente do início de maio (29,9 milhões). "Vimos na divulgação da semana passada que essa população tinha caído. É uma força de trabalho que oscila bastante nessas comparações curtas. As pessoas entram e saem da força de trabalho com muita facilidade. Com mais facilidade que a população ocupada, que é formalizada", disse a coordenadora da pesquisa.

Entre os informais estão os empregados do setor privado sem carteira; trabalhadores domésticos sem carteira; empregadores que não contribuem para o INSS; trabalhadores por conta própria que não contribuem para o INSS; e trabalhadores não remunerados em ajuda a morador do domicílio ou parente.

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Domingo, 24 Novembro 2024

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