Contas públicas devem fechar este ano com déficit de R$ 708,7 bilhões

Despesas extras para enfrentar pandemia contribuíram com resultado
Se a estimativa se confirmar, será o maior déficit primário já registrado pelo setor público consolidado

Com gastos extras para enfrentamento da pandemia da Covid-19, queda de receitas pela postergação de pagamento de tributos e com atividade econômica em queda, o Tesouro Nacional prevê déficit nas contas públicas de R$ 708,7 bilhões. Esse valor corresponde a 9,9% do PIB. Se a estimativa se confirmar, será o maior déficit primário [despesas maiores que as receitas, sem considerar o cálculo os gastos com juros] já registrado pelo setor público consolidado, formado por União, Estados e municípios, segundo o Tesouro Nacional.

No mês passado, o Tesouro estimava déficit primário de R$ 600 bilhões. Em 2019, o déficit primário do setor público ficou em R$ 61 bilhões (0,9% do PIB). "O déficit do setor público pressupõe que não haja novas frustrações de receitas e renovação dos programas de combate aos efeitos econômicos e sociais da Covid-19, muitos dos quais programados para terminar em junho. Se algum programa for renovado ou se houver novas frustrações de receitas, o déficit primário do setor público passará de 10% do PIB, pressionando ainda mais o crescimento da dívida líquida e bruta", afirma o Tesouro, em relatório divulgado nestaquinta-feira(28).

O Tesouro destaca que a dívida pública bruta deverá passar de 75,8% do PIB, em 2019, para mais de 93% do PIB com as medidas já anunciadas, um crescimento de 17 pontos percentuais. A dívida líquida do setor público passará de 55,7% para cerca de 68% do PIB, acréscimo de cerca de 12 pontos percentuais do PIB em um ano.

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