"Chag Sameach, Cláudia Costin"

A grande pergunta que se fazem brasileiros de boa vontade quando se debruçam sobre os rumos do país se resume a saber em quem se pode efetivamente confiar. Ora, sabemos que a classe política como um todo é digna de todo o descrédito, e só agora despo...
"Chag Sameach, Cláudia Costin"

A grande pergunta que se fazem brasileiros de boa vontade quando se debruçam sobre os rumos do país se resume a saber em quem se pode efetivamente confiar. Ora, sabemos que a classe política como um todo é digna de todo o descrédito, e só agora despontam os primeiros brotos de uma possível primavera que, não há dúvida, ainda tardará a chegar. No âmbito do Judiciário, o bate-cabeça está caricato. Sempre desconfiei que advogados, juízes e magistrados são como artistas de televisão e escritores paneleiros: vivem para colher o apreço de seus pares. No caso do STF e da PGR, as cobaias somos nós e nos compete contemplar à distância os egos enfatuados de um saber oco, de há muito desvirtuado de seu norte que é fazer justiça.

Do Poder Executivo no atual estágio, seria querer demais que dali emanasse o mínimo de crença na virtude, conhecimento e visão dos fatos. Pois lá também o jogo é para seguidores e assemelhados, numa prova viva de que a sociedade está sob o sortilégio de um algoritmo. Nesse contexto, da mesma forma que tínhamos multidões sideradas pelo populismo dito de esquerda – uma espécie de "tapadera" para o negocismo mais vil –, hoje temos manadas digitais que correm atrás de imprecações em favor da pureza do Ocidente, contra o multiculturalismo, contra as campanhas de vacinação e, já soube, que vê o mal até na condensação do ar a dez mil metros, no rastro das turbinas dos aviões a jato. Enfim, vivemos num hospício. 

Nesse contexto de tantos sinais desencontrados, de vez em quando vejo focos de luz. Um deles, talvez o mais representativo, vem de Cláudia Costin, cujos passos tento acompanhar pelas redes sociais. Verdadeira cruzada da Educação, acho inacreditável como ela se entrega de corpo e alma à causa, indiferente – aparentemente – aos percalços nacionais. É como se uma crença ancestral a iluminasse, fazendo com que deixe de lado o efêmero, o anedótico, o circunstancial e o desalentador, para encarar o amanhã do Brasil e da humanidade, sob a benção desse abracadabra poderoso que é a Educação. Não há semana em que Claudia não esteja cruzando os céus para dar palestras, debater e incentivar. Eis uma brasileira maiúscula. 

Há anos que venho acompanhando sua trajetória, repito. Tempo desses, recortei um artigo magistral que ela escreveu sobre sua mãe, nascida em Budapeste, mulher que conseguiu superar os obstáculos da vida para se tornar uma referência em sua área de atuação. Sempre que vejo Cláudia começar a semana em Cingapura, continuá-la em Dubai e terminá-la em São Luiz, no Maranhão, respiro esperançoso. A deputada Tabata também, e hoje é o que é. É nos protagonistas dessa revolução silenciosa que deposito minha fé. Só com o concurso de muita gente assim, dá para acreditar que o Brasil um dia possa vir a ser o país com que sonhou a geração de meus pais, já que é risível falar dos sonhos de minha própria. 

Às vésperas da Páscoa Judaica, data cara a Cláudia, a ela vai meu mais efusivo "Chag Pessach Sameach". Ajude-nos com sua tenacidade e com a força de seu exemplo a fazer essa difícil travessia. De onde estiver, uma certa menina de Budapeste estará tão orgulhosa de você quanto se sentem os bons brasileiros. 

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Sábado, 23 Novembro 2024

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