Seca agravou danos provocados pela pandemia no RS

Para Antônio da Luz, economista-chefe da Farsul, estado não participa do PIB exuberante do agronegócio nacional
Soja_000002 A produção de soja praticamente caiu pela metade e cerca de um terço do milho foi perdido

No Rio Grande do Sul, a estiagem agravou os danos trazidos pela pandemia. A produção de soja praticamente caiu pela metade e cerca de um terço do milho foi perdido. Porém, como destacou Antônio da Luz, economista-chefe da Federação da Agricultura do RS (Farsul), em debate promovido pelos Conselhos Regionais de Economia do Sul (veja aqui detalhes da live que foi acompanhada pelo Portal AMANHÃ), a seca afetou a economia gaúcha como um todo. Esse mesmo fenômeno meteorológico fez com que, em 2005 e 2012, o PIB gaúcho ficasse estagnado, apesar do crescimento do país. "A estiagem, por si só, tem potencial de colocar a economia no negativo, sem contar a pandemia. Nós, gaúchos, não estamos participando desse PIB exuberante do agronegócio nacional", lamenta Luz. O estado também teve surtos pontuais em frigoríficos que geraram adaptações da indústria, como a implementação de novos protocolos de segurança.

Na opinião do economista, a Covid também brecou a retomada do equilíbrio fiscal. Luz avalia que a tendência das finanças públicas é sofrer um recrudescimento ainda maior, fruto do agravamento do déficit fiscal. Para Luz, o cenário é preocupante. "É preciso avaliar o que produz maior controle epidêmico com menor custo econômico. O sistema por cores e a pesquisa semanal é um meio termo possível nesse contexto [o Rio Grande do Sul passou a adotar o sistema de distanciamento controlado, onde as regiões podem ter maior ou menor flexibilidade de retomada econômica, de acordo com as cores de bandeiras]. A Farsul não tem problema nenhum em elogiar ou criticar governos. Logo que começou pandemia, o governo nos chamou para conversar, para participar do debate sobre a crise", recorda Luz.

O economista alerta que a China pode se tornar uma peça ainda mais importante no tabuleiro mundial. Tanto é que o país cresce 6% ao ano e dobra sua renda per capita a cada período. Para Luz, os chineses passarão a exigir, gradativamente, maior qualidade dos produtos que importam  de outros países. "Temos de aproveitar que eles dependem de nós agora. Não vejo muito sentido em agravar o que já é [uma situação] grave apontando erros e criticando a China", desabafa.

Veja mais notícias sobre AgronegócioCoronavírusRio Grande do Sul.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sábado, 23 Novembro 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br./