Juro não é determinante para investimentos da Coopavel

Dilvo Grolli, presidente de uma das maiores cooperativas do Paraná, afirma que aporte previsto para 2023 está na média histórica
"São planos estratégicos para que possamos nos acomodar nesse período de Selic mais alta. Não existem dificuldades. Acontece apenas que o custo do dinheiro ficou maior", afirma Dilvo Grolli

Ao receber a reportagem de AMANHÃ, Dilvo Grolli, presidente da Coopavel e do Show Rural, de Cascavel (PR), sustentou que a administração da cooperativa está vendo o ano com cautela, mas não confirma que a atual taxa de juros, fixada em 13,75%, pelo Banco Central, esteja levando a uma redução de 40% - para cerca de R$ 220 milhões – nos investimentos para 2023, como publicado recentemente na imprensa. "Não é uma redução, mas a busca de um equilíbrio em razão do custo ter se tornado muito alto. O juro não é nem preponderante e nem determinante nessa equação. Voltaremos à normalidade de acordo com as necessidades colocando na balança os investimentos em relação à soma das despesas gerais", explicou.

Historicamente a Coopavel tem aportado cerca de R$ 220 milhões anuais. Segundo Grolli, o ano de 2022 representou um marco histórico para a cooperativa, pois o investimento robusto de R$ 367 milhões foi recorde. Com base no planejamento estratégico para os próximos cinco anos, o presidente da Coopavel revela que o valor médio de um pouco mais de R$ 200 milhões será mantido.

Ele também manteve a expectativa de faturamento de R$ 6,5 bilhões prevista para este ano, valor 20% maior que a receita de 2022. Grolli também fez questão de frisar que não existem dificuldades no horizonte da Coopavel. "São planos estratégicos para que possamos nos acomodar nesse período de Selic mais alta. Não existem dificuldades. Acontece apenas que o custo do dinheiro ficou maior", contextualizou. Ele também espera que os juros que serão cobrados pelo Plano Safra 2023/2024 fiquem nos mesmos patamares do programa anterior. As linhas de crédito ofertadas ultrapassaram R$ 340 bilhões. A previsão das entidades agrícolas é que esse valor fique entre R$ 400 milhões e R$ 440 milhões. "Com a projeção de aumento de 14% na safra de grãos, teremos de investir um pouco mais em máquinas e equipamentos. Se o juro cobrado seguir o mesmo, teremos nossa expectativa atendida", prevê Grolli, apostando ainda que a Selic possa cair até 1,5 ponto percentual até dezembro.

Ao analisar a crise recente de algumas cooperativas, Grolli declarou que isso se deu em razão de algumas delas focarem em apenas um ou dois produtos, como frango ou suínos, por exemplo. "Aqui na Coopavel temos como diretriz que nenhum produto represente mais de 25% do faturamento", argumentou. "A Coopavel é paranaense e seguirá sua expansão nas regiões oeste e sudoeste", emendou, negando qualquer possibilidade da Coopavel absorver alguma cooperativa.

A Coopavel é a 58ª maior empresa da região e também a 22ª maior do Paraná, de acordo com o ranking 500 MAIORES DO SUL, publicado pelo Grupo AMANHÃ com o apoio técnico da PwC. A Coopavel também é a 11ª maior Cooperativa de Produção no ranking exclusivo produzido por AMANHÃ. Leia o anuário completo clicando aqui, mediante pequeno cadastro.

Veja mais notícias sobre AgronegócioEmpresaNegócios do SulParaná.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sábado, 23 Novembro 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br./