Cooperativismo gaúcho fatura R$ 43 bilhões em 2017
As cooperativas gaúchas faturaram um recorde de R$ 43 bilhões em 2017, um incremento de 4,3% em relação ao ano anterior. As sobras [como se chama o lucro distribuído entre os associados ao final de cada ano fiscal] somaram um total de R$ 1,8 bilhão – crescimento de 21,9%. Os valores foram divulgados no relatório “Expressão do Cooperativismo Gaúcho 2018”, lançado nesta quarta-feira (4) durante o tradicional Tá na Mesa, evento promovido pela Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), em Porto Alegre. O cooperativismo gaúcho reúne 2,8 milhões de associados, distribuídos em 426 cooperativas.
Vergílio Perius (foto), presidente do Sistema OCERGS/SESCOOP-RS, fez questão de ressaltar a resiliência do cooperativismo que avançou mesmo entre 2015 e 2017, período em que o Brasil foi solapado pela crise econômica. “Quando o Brasil inteiro e o Rio Grande tiveram dificuldades, as cooperativas continuaram a investir, ainda que com muita cautela, em todas as áreas, principalmente em novos hospitais e melhoria da agroindústria”, destacou. Ele também revelou que nos últimos três anos o cooperativismo gerou 3 mil empregos no Rio Grande do Sul. “Em solo gaúcho, o salário médio dos trabalhadores em cooperativas é 20% superior aos funcionários de empresas privadas. Em uma época de crise, as cooperativas sustentaram a empregabilidade”, comemorou. O cooperativismo gerou 61,8 mil empregos diretos no estado. Desses, 90,8% concentra-se nos ramos agropecuário, saúde e crédito. A participação da população gaúcha envolvida no cooperativismo é de 74,3%, considerando que a família de cada associado se constitui, em média, de três pessoas.
Na visão de Paulo Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (Fecoagro-RS), o agronegócio foi o último setor a ser contagiado pela crise, mas não ficou imune. Alta das tarifas de energia e de alguns insumos impactaram os resultados de muitas cooperativas. O aumento dos preços de milho e soja, por exemplo, tiveram reflexo na cadeia de produção de carnes. Pires se mostrou preocupado com a demora de uma solução para o tabelamento de fretes, uma das reivindicações dos caminhoneiros. “Hoje, o nosso ritmo econômico é bem menor, pois existe uma insegurança jurídica muito grande ao contratar um frete. Estamos muito ansiosos por um desfecho e prevejo que teremos um restante de ano bastante difícil”, diagnostica.
Veja mais notícias sobre Agronegócio.
Comentários: